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sábado, 4 de setembro de 2010

A revolta de Thomas Davatz na Fazenda Ibicaba

A chamada Fazenda Ibicaba, outrora de propriedade do Senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, localiza-se em Cordeirópolis, Estado de São Paulo, no Brasil. O nome "Ibicaba" vem do tupi (ibi = terra; caba = gorda ou fértil).
A fazenda foi aberta em 1817, tendo sido pioneira em várias atividades e eventos importantes para a região e para o país: na plantação de café da região de Limeira (1828); na imigração subvencionada por particulares no país (e conseqüente trabalho assalariado), a saber:

1840 - portugueses;

1846 - alemães.

no uso do arado em terras brasileiras 1847; no uso de carroças de eixo fixo (1847 (até então, o sistema utilizado no país era o de rodas presas a um eixo rolante, como nos carros de boi); no emprego de maquinário a vapor para movimentar as máquinas de benefício (anteriormente a 1856).

O proprietário da fazenda, Senador Vergueiro, por iniciativa própria, após um ensaio em 1840 com um grupo de oitenta portugueses, trouxe para Ibicaba (então Município de Limeira), em 1846, cento e setenta e sete famílias de colonos suíços e alemães, para trabalharem no chamado Sistema de Parceria, onde a produção era dividida igualmente entre proprietário e parceiros (colonos). Isso ocorreu concomitantemente à utilização de mão-de-obra escrava, uma vez que a Ibicaba não se desfez de seus cativos.

Pelo sistema, os imigrantes comprometiam-se ainda a cuidar de um determinado número de pés de café, em troca de uma porcentagem do que fosse obtido quando da venda dos grãos. Era-lhes permitido o plantio de pequenas culturas de subsistência, partilhando, assim como o café, a produção com o proprietário das terras.

À época, a experiência não foi bem-sucedida: os colonos, liderados por Thomas Davatz, questionaram os valores de pesagem das sacas de café pelo Senador Vergueiro, bem como os critérios para a divisão dos lotes de terra. O forte descontentamento resultou num levante armado na fazenda, conhecido como Revolta dos Parceiros, que necessitou da intervenção de forças policiais para estabilizar a situação. A revolta resultou na proibição, pelos governos da Suíça e da Alemanha, da emigração para o Brasil e desgastou a imagem do Sistema de Parceria, causando a sua decadência. Outros problemas similares com o sistema foram registrados na região, o que levou ao seu abandono definitivo no final da década de 1850.

Face à decadência do Sistema de Parceria, a Fazenda Ibicaba investiu na compra de mais escravos, aumentando a sua produção. Ela foi, no período entre 1860 e 1870, a maior produtora de café do Brasil. Tinha, nessa época 1.250.000 pés plantados.

Em 1865 foi decretada a falência das empresas da família Vergueiro e, em 1890, a propriedade foi arrematada em hasta pública pelos irmãos Simão e José Levy, antigos colonos que haviam chegado à fazenda em 1857. Pagas as suas dívidas, or irmãos enriqueceram como banqueiros na cidade de Limeira. Sob a administração dos Levy, a Ibicaba reforçou a contratação de imigrantes italianos.

Com a criação do Município de Cordeirópolis, desmembrado do de Limeira a partir de 1948, as terras da fazenda passaram a integrar o novo município. Dividida em processos de herança, a fazenda, diminuída, foi vendida em 1975 a José Theodoro Carvalhaes.

Na década de 1990 começou a explorar o turismo histórico. Atualmente constitui-se num importante núcleo histórico formado pelas edificações da sua casa-grande, da senzala, dos terreiros e tulhas, aquedutos e outras dependências, integrando o conjunto de fazendas históricas da região.

Fonte: pt.wikipedia.org

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

THOMAS DAVATZ - Fanas, Suíça. 1815–1888





Um mestre-escola franzino, de Graubünden, liderou em 1856 a Revolta de Ibicaba — nome de uma fazenda de café em Limeira, no interior de São Paulo. O protesto, contra o dono das terras, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, o senador Vergueiro, reivindicava melhores condições para os colonos suíços. Apenas dois tiros foram disparados e não houve feridos. A repercussão do levante foi tamanha, no entanto, que a imigração de suíços para o Brasil foi extinta logo depois.
Thomas Davatz passava longe dos sonhos de liderança quando se deixou seduzir pelas promessas de Emil de Paravicini, parceiro de Vergueiro na contratação de mão de obra para o Brasil. Com escritório em Zurique, Paravicini pintava o país como um paraíso onde qualquer um poderia recomeçar a vida.
O relatório de Davatz sobre Ibicaba trouxe um inspetor ao Brasil em fevereiro de 1857. Depois de um acordo entre as partes, e com a saúde debilitada, o suíço voltou ao seu país natal.
Davatz tentou publicar seu relato sob o título “O tratamento dos colonos na Província de São Paulo no Brasil e seu levante contra os seus opressores. Um pedido de socorro às autoridades e simpatizantes dos Estados aos quais pertencem os colonos”.
Terreiro de café da Fazenda Ibicaba, final séc. 19

Acervo Carlota Schmidt Memorial Center
No Brasil, o livro foi publicado em 1951 como “Memórias de um colono no Brasil”, com tradução de Sérgio Buarque de Holanda.
Em 1933, Mário de Andrade selecionou o relato como uma das 20 obras fundamentais sobre o Brasil, “por ser o primeiro livro especificamente de luta de classes e reivindicações proletárias no Brasil”.

OBS: A historia de Thomas era desconhecida por mim e acho que a maioria não sabe o valor histórico e a participação relevante deste personagem na história da imigração dos suiços ao Brasil. Através do Professor Geziniel Teixeira, não só passei a ter conhecimento de sua biografia como também me apaixonei pelo tema , que pretendo desenvolver aqui. Tive a oportunidade de conhecer uma trineta  de Thomas Davatz a jovem Gi Davatz de quem me tornei amiga e cuja colaboração nesse trabalho é de fundamental importância.

Elsy Myrian Pantoja

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

2010, o Ano Nacional Joaquim Nabuco




"Em 15 de junho de 2009 foi promulgada a Lei Federal nº 11. 946, que instituiu o ano de 2010 como Ano Nacional Joaquim Nabuco, tendo como referência o centenário de morte do pensador, escritor, diplomata, político e abolicionista pernambucano Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo.

"Apresenta-se para a nação brasileira a oportunidade de colocar em debate a importância histórica de Joaquim Nabuco e a atualidade das suas ideias, considerando a abrangência, a profundidade e a multiplicidade da sua atuação política e da sua produção intelectual nas esferas da ação parlamentar, da mobilização civil, do jornalismo, da diplomacia, da historiografia e da literatura.

Revelando o alcance social do seu pensamento, Joaquim Nabuco, que foi um dos principais mentores do abolicionismo, advertia, quatro anos antes abolição da escravatura no Brasil, para a necessidade de associar “a emancipação dos escravos e a democratização do solo”, acrescentando que “acabar com a escravidão não nos basta, é preciso destruir a obra da escravidão.”

(fonte: site da Fundação Joaquim Nabuco)




Eufrásia Teixeira Leite,de Vassouras RJ



O amor secreto de Nabuco


A historiadora Claudia Lage é autora de Mundos de Eufrásia, editado pela Record em 2009, que conta, em forma de romance, a história do amor impossível e entre o abolicionista Joaquim Nabuco e a socialite.amiga íntima da Princesa Isabel,investidora financeira/benemérita Eufrásia Teixeira Leite,natural de Vassouras,Rj.

Eufrásia, nascida em 1850, era filha de. Joaquim Teixeira Leite (filho do Barão de Itambé) e de sua esposa .

Ana Esmeria Correa e Castro (filha do Barão do Campo Belo) e sobrinha do Barão de Vassouras.

Foi e continua sendo o vulto feminino mais famoso da cidade e sua influência ali está em toda parte.

"O círculo que protege e aperta"

Ambos solteiros, ela bilionária,ele com situação estável.,mas poderia receber ajuda da namorada nas eventuais dificuldades. Por que a impossibilidade?Eufrásia que tinha talento fora do comum para administrar e multiplicar a fortuna da família ,fez uma promessa ao pai no leito de morte de jamais se casar. Era uma mulher a frente de seu momento, emancipada financeiramente em pleno Brasil Colonial.

A fortuna dos Teixeira Leite era o equivalente-na época-a a 1,85 tonelada de ouro.Outras biógrafos informam que era cerca de 0,5 do PIB do Brasil naquele momento.

Esta fábula foi doada,em testamento, a instituições assistenciais e educacionais com condição de manterem conservada a Casa da Hera,residência da família onde nasceram Eufrásia,a irmã Francisca e o primogênito falecido ainda bebê.

Nabuco e Eufrásia,que se conheceram meninos,voltaram a se encontrar num navio, a caminho da Europa, em 1873.

Ao chegarem `a França,o namorado escreveu ao pai,pedindo que enviasse os documentos para o casamento,que nunca aconteceu. O romance durou 14 anos, entre idas e vindas, que se transformaram em desencontros ,brigas e reconciliações.

Convencido de que não realizaria mesmo seu amor com Eufrásia, Nabuco “velhíssimo” para os padrões da época, se casou aos 39 anos com a jovem Evelina Torres Soares Ribeiro, rica,dócil e completamente diferente de Eufrásia,junto com a qual depois da abolição, dedicou-se `a religião e voltou para a diplomacia.

"Minha mulher e meus filhos formam o círculo dentro do qual sou intangível. Quanto mais esse círculo nos protege, mais nos aperta", escreveu numa carta

Convidado por Rio Branco,Nabuco relutou um pouco em deixar o cargo de Ministro na legação em Londres,mas com a criação da primeira embaixada brasileira em Washington em 1905, compreendeu a necessidade de aproximação com os Estados Unidos,continuando a politica externa da República recém proclamada (1889).



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Eu casei numa família Vassourense e os avós de meu marido foram contemporâneos de Eufrasia ,que voltou ao Brasil e lá morreu em 1930,mas dela só conheciam a figura inacessível para eles, as lendas que a cercavam,a fama de celebridade local. Logo que os visitei, me levaram à Casa da Hera,objeto de uma das cláusulas do testamento da conterrânea.




A casa da Hera




"Uma cláusula no testamento para "conservar a Chácara da Hera com tudo que nela existisse no mesmo estado de conservação, não podendo ocupar ou permitir que fosse ocupada por outros". A casa e as terras da chácara foram herdadas pelo Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus.

Em 1952 a Casa da Hera foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como” expressão do cotidiano de uma família rica de fazendeiros e comissários de café do século 19.

Em 1965 o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - assinou um convênio de caráter permanente com Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus no qual assumia a guarda e controle da Casa da Hera, que então passou a ser aberta à visitação pública “A casa fechada e sem ocupantes mas preservada por empregados, desde 1873 até ser aberta a visitação pública em 1965 constitui-se em uma verdadeira cápsula do tempo.

O Museu Casa da Hera tem como missão principal, conservar, salvaguardar, pesquisar, expor, e difundir a história do século 19 no vale do Rio Paraíba do Sul"


(fonte:Wikipedia Portugal)



















Esclarecimentos

Aos que já tem o costume de vir aqui me visitar e ler minhas postagens, devem ter se assustado com as mudanças radicais. Eu já tenho um blog com as mesmas postagens que fazia aqui, quero dizer, com o mesmo tema  poderão ir lá que tudo que tinha aqui lá permanece http://sandicesdemomento.blogspot.com/  Então resolvi depois de muito pensar, que tema usaria aqui, já que tenho o Filho de Jah http://jahevida.blogspot.com/  onde o tema é a cultura negra em todas as suas vertentes e o http://arosaeacruz.blogspot.com/  que é um espaço dedicado a fé de todos os povos , especificamente um lugar mistico. Depois de muito analisar resolvi dedicar o Perdas e Danos para abordagens da história não só do Brasil mas como de todo mundo. Mas não a história didática em sí, quero fazer uma linha editorial mais abrangente contando fatos da nossa história que geralmente não encontramos nos livros escolares. Espero conseguir esse intento e levar até vocês assuntos relevantes e surpreedentes. Estou receptiva a opiniões, criticas e sugestões. Qualquer dúvida entrem em contato comigo através de meu email.
 
Elsy Myrian Pantoja