Quem passa por uma das ruas Senador Vergueiro que existem hoje em pelo menos dez cidades brasileiras não imagina quão controverso foi esse português que promoveu a vinda de imigrantes suíços para o Brasil.
Nicolau Pereira de Campos Vergueiro era contra colônias de povoamento, nas quais as terras eram doadas aos imigrantes. Dizia que doar terras “não atendia às necessidades do Império”, na época em busca de mão de obra livre para substituir os escravos.
Para cultivar as fazendas de café, o senador criou o sistema de parceria. Ele funcionaria, segundo o senador, como um “viveiro” de futuros proprietários de terras.
Óleo sobre tela “Cafezal da Fazenda Ibicaba”, de Henrique Manzo
—Acervo Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Imagem por José Rosael Os contratos oferecidos por sua empresa, Vergueiro & Cia, estabeleciam que as dívidas de viagem seriam pagas pelos fazendeiros. Os lucros da colheita seriam divididos entre colonos e proprietários de terras.
Em 1847, começaram a chegar as primeiras famílias trazidas por esse acordo. O modelo, aparentemente justo, na prática não favorecia os imigrantes. A parceria não atendia a seus sonhos de enriquecimento, não lhes oferecia uma vida confortável e os prendia ao fazendeiro por muitos anos.
Os colonos viviam, muitas vezes, em condições semelhantes às dos escravos.
Liderados por Thomas Davatz, os colonos suíços da Fazenda Ibicaba de Limeira (SP) promoveram, em 1856, um levante. A Revolta de Ibicaba, como ficou conhecida, marcou o fracasso do sistema de parceria e a história dos direitos trabalhistas no Brasil.
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